segunda-feira, 30 de abril de 2012


Influência dos pais é irresistível


Se os pais têm sentimentos patrióticos, o respeito pela honradez, o desprezo pelo luxo ou pela vida irregular, a criança assimilará estes sentimentos sem que os pais cheguem a fazer qualquer esforço consciente para lhos inculcar. Se os pais têm preconceitos sociais ou consideram a virtude como apanágio da sua classe ou sempre falam com desdém ou inveja das outras classes, a criança herdará estes sentimentos também de modo espontâneo e inconsciente. Os juízos de valor do ambiente familiar, isto é, os de seus pais, constituem para ela coisas evidentes e inclusive as regras habituais da urbanidade, como estender a mão direita, ou não deitar a língua de fora.
É certo que, muito em breve, outras influências se sobrepõem à dos pais e por vezes a contrariam, sobretudo nos nossos dias em que um tão grande número de crianças vai às aulas desde a idade dos três anos; porém, a acção dos pais continua a ser predominante, pelo menos nas boas famílias, sempre que os pais cumprem a sua missão, e no momento em que a criança começa a emancipar-se do ambiente familiar, já está impregnada de um espírito que encontrará em si até à velhice.
Esta influência dos pais é irresistível, precisamente na medida em que se encontram unidos e em que a acção do pai e a da mãe mutuamente se reforçam: é irresistível porque todo o complexo familiar leva a criança a depositar confiança nos pais.
É certo que, de alguma maneira, parece às vezes depositar a mesma confiança num estranho que igualmente se ocupa dela, uma ama por exemplo. E acontece que, quando os filhos têm maus pais ou não os têm, os pais adoptivos têm sobre eles uma influência aparentemente semelhante. Mas nada poderá, no entanto, substituir os verdadeiros pais, quando estes são ao mesmo tempo bons pais porque, a par do contacto quotidiano e da acção exclusiva sobre o filho nos primeiros anos da vida, a sua influência torna-se maior pelo facto de eles serem os seus pais, com todas as afinidades secretas, tanto físicas como espirituais, que provêm de que os filhos sejam alguma coisa de si mesmos. Este é o motivo de que muito espontaneamente se considere uma desgraça para os filhos o facto de ficarem órfãos. Os educadores estranhos podem ser excelentes colaboradores; nunca conseguirão substituir os pais; ou ainda que em certa medida os possam suprir, não quer isso dizer que a maior desgraça para uma criança não seja perder os pais ou ter maus pais
Uma boa educação exige que o filho sofra ao mesmo tempo a influência masculina do pai e a feminina da mãe, exercendo-se cada uma delas com as características próprias; exige também que esta dupla influência se converta em uma única graças à união dos pais. Aos olhos do filho, os pais devem ser como um só, se bem que, ao mesmo tempo, os distinga muito claramente ao ver que a autoridade paterna é muito diferente da ternura materna. E assim estamos de novo caídos no amor dos pais, de um pelo outro, porque é este amor que assegura a sua união e lhes permite aparecerem aos filhos necessariamente unidos. Para serem bons pais, os esposos devem primeiramente ser bons esposos.
Este ponto deve ser sublinhado porque propositadamente se mantém sobre ele uma certa confusão. Alguns, pretendendo reivindicar os direitos do amor, fazem do filho um efeito acessório do casamento, como se o verdadeiro amor não tendesse para o filho como seu fim natural, ou como se não fosse monstruosidade considerar o filho um elemento secundário, uma espécie de acidente, quando, na verdade, ocupa um lugar tão importante na vida dos pais e a transforma tão profundamente.
Outros, sob o pretexto de que o filho é o fim primordial do casamento, mais importante em si do que o amor conjugal – o que sob um certo ponto de vista é evidente, visto que o género humano se extinguiria à falta de crianças…- tendem a separar o amor da procriação e a tratá-lo com desprezo. É o amor que, para eles, se torna uma parcela insignificante, com desprezo de toda a experiência humana. Por isso, é necessário insistir sobre a união imprescindível do amor e do filho, entendendo-se aqui por amor não o dos pais pelo filho, mas o dos pais um pelo outro. É certo que podem ter filhos pais que se não entendam; é certo que o género humano não se extinguira enquanto os homens tiverem filhos, e que este facto material é o fim primário do casamento, na ordem natural. Mas também é certo que, se os filhos não nascem do amor e não são educados num lar alicerçado no amor, não beneficiarão das condições humanamente normais de formação. Todos os testemunhos são concordes: os que cresceram no seio de uma família desunida vêem unanimemente nisso a maior desgraça da sua juventude. Os lares desunidos podem ser materialmente fecundos; não o são moralmente, nem permitem ao género humano o desenvolvimento que a sua natureza requer.
(Jacques Leclercq)

Os Pais e a Vida Escolar dos Filhos.


Os Pais e a Vida Escolar dos Filhos.


"Ser pai ou mãe é uma condição biológica.
Ser um Educador Familiar é uma opção de vida."

Antônio Carlos G. da Costa

.Qual o papel dos pais na educação escolar dos filhos?


Para o pedagogo Antônio Carlos Gomes da Costa, um dos redatores do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os pais deveriam ser chamados de Educadores Familiares ao invés de pais.
Segundo ele, existem pais e mães que geram seus filhos biologicamente, mas não os adotam como seus educandos.

Adotar o filho como um educando, como um “aluno” não se trata de dar a ele os conteúdos intelectuais e técnicos necessários à sua formação. Esta parte cabe à escola.

Adotar o filho como um educando começa bem cedo, no berço, ou seja, na primeira infância.
Quando ensinamos aos nossos filhos sobre gentileza, respeito, sobre os conceitos básicos de cidadania, de ética, etiquetas e sobre outros tantos valores, já estamos começando a prepará-los para a vida escolar.

Cabe a nós, Educadores Familiares, entregarmos à escola e ao mundo, crianças gentis, educadas, propensas a aceitarem as normas e regras da escola e da sociedade.

As escolas estão sempre nos convidando a participar de suas atividades, nos convocando para reuniões, palestras e para as apresentações de nossos filhos.
Mas é preciso mais participação. Precisamos acompanhar de perto a vida escolar de nossas crianças.

Estas são algumas atitudes simples que favorecem o sucesso escolar de nossos filhos:
Se despedir de forma alegre da criança, desejando a ela um bom dia na escola;
Perguntar-lhe, quando chegar, sobre o que aprendeu ou não conseguiu aprender naquele dia;
Acompanhar o cumprimento dos deveres escolares e os cadernos dos filhos;
Incentivar o gosto pela leitura;
Elogiar todos os progressos, por menores que sejam;
Falar das conquistas e aprendizados da criança para os familiares e amigos, na presença da criança;
Participar das atividades escolares a que for convidado;
Ser compreensivo e solidário para com os Educadores Escolares.
No site Todos pela Educação você encontra mais dicas e atitudes para participar como um verdadeiro educador familiar de seu filho. Clique aqui para conhecê-las.